sábado, 9 de maio de 2015

MÃE, MÃE, MÃE, MÃE, MÃE, MÃE, MÃE, MÃE, ... SUPERLATIVO

Esta é uma homenagem a todas as mulheres. Não é preciso parir para ter o Dom Maior do mundo que é ser MÃE. Essa matéria não cria um personagem. O personagem criou a matéria e o comunicador teve apenas o trabalho e a satisfação de torná-la pública, para afagar as nossas emoções. Não vale "Não vi, Não Li e Nem Lerei". É longa no visual, mas bem curta para relatar nos mínimos detalhes. Leia.

Ela sempre carregou os filhos pelo mundo, mesmo em viagens a trabalho como executiva da indústria farmacêutica e, ultimamente, como sócia de um ateliê de alta-costura. "Até para as crianças entenderam a minha ausência em vários momentos", explica Alexandra Fructuoso, 48 anos, mãe de sete filhos.
São quatro naturais, dois postiços (fruto do primeiro casamento do marido, o empresário Roberto Guttmann, que ficaram morando com o novo casal após a separação dele) e o último adotado há quatro anos, quando era um jovem de 23 anos.
A prole numerosa enche de barulho, compromissos, preocupações e alegrias a vida desta portuguesa radicada há quase três décadas no Brasil. A executiva que transita entre mundos tão distintos quanto a moda e o ramo de medicamentos também se colocou desafios superlativos no ambiente doméstico.
"Vim para o Brasil aos 19 anos estudar, me formei aos 24 e estou com meu marido, desde essa época. Ele tinha dois filhos, que veio com o pacote. Eles ficaram com a gente, graças a Deus", conta. "Tenho os postiços [filhos] no coração, como se fossem meus. Troquei fralda, vi crescer."


ADOÇÃO TARDIA

O casal que colocou no mundo outras quatro crianças decidiu adotar mais um, o universitário André, 27, que atualmente mora em Milão, e não vai conseguir passar o Dia das Mães em família.
Neste domingo, Alexandra vai reunir no almoço em São Paulo os quatro caçulas: Lian, 9, Alissa, 10, Isabella, 14, e Rafael, 17. No jantar, juntam-se os dois mais velhos, Vicky, 29, e Maurice, 26.
"Somos todos muitos próximos. Maurice ainda mora com a gente e a Vicky se muda para nossa casa nos fins de semana com o marido e os filhos. Fizemos até um puxadinho aqui para acolhê-los."
A mãe e madrasta vai declinando os nomes e histórias sem fazer distinção. Rainha desse lar bem agitado, Alexandra já se habituou aos chamados de vovó. "Tenho dois netinhos postiços, o Leo e o Davi", diz ela, referindo-se aos filhos da primogênita.
"É um privilégio conviver de perto com com esta mulher tão especial, que chamo de Drasta e a quem desejo um feliz Dia das Mães", diz Vicky. "E a vovó Lê é a mais divertida: dança, canta e alegra nossos dias. Dedicada e cativante, desde pequena ela me conquistou em cada fase de um jeito diferente. O coração da Alexandra aperta de tantos que lá cabem."
E dá-lhe jogo de cintura para administrar demandas de filhos adultos, adolescentes e crianças. "A palavra que mais se ouve lá em casa é mãe", brinca Alexandra.
Alissa, a caçula das meninas, causou espanto na escola ao fazer um desenho da família reunida, após a chegada de André, o mais novo membro. "A professora não entendeu aquele irmão a mais e ainda por cima já grande", conta Alexandra, feliz de ver como o filho adotivo foi se incorporando à família e aos afetos.
"Os pequenos aceitaram numa boa. Os mais velhos, no começo, se ressentiram um pouco. Claro, era mais alguém para dividir a atenção do pai, da madrasta. Estamos todos nos adaptando." Respeito é a chave do processo. "Como Alexandra sempre soube respeitar a nossa vontade, nada mais justo do que retribuir e respeitar a decisão dela", resume Vicky.

DEPOIS DO ORFANATO
Alexandra surpreendeu o marido quando sugeriu que adotassem legalmente aquele jovem órfão, a quem o empresário conheceu em uma ONG do qual é mantenedor. "André cresceu em um orfanato, junto com 500 outras crianças. E já tinha ido à nossa casa, pois meu marido foi uma espécie de conselheiro dele por alguns anos."
Até que decidiram dar um passo além e registrá-lo como filho. "Foi um sentimento que surgiu ao ver o desejo do André de ter uma família, uma mãe", completa ela.
Na época, o rapaz estava trabalhando na Itália e foi lá, com a praticidade de quem comanda negócios, que Alexandra resolveu ajudar a encaminhá-lo na vida. "Lembro que quando disse que eu ia ser uma mãe para ele, André ficou assustado: 'Nossa, você já tem tantos filhos, vai querer mais um?'".
Ela diz ter respondido com um argumento pragmático. "Quando quero algo benfeito, dou para alguém que já tem muito trabalho fazer, pois vai entregar perfeito e mais rápido."
Passados quatro anos, André diz que ser inserido em um contexto familiar "foi um grande presente de Deus". E o fato de ter acontecido quando não mais esperava uma adoção, torna o ato ainda mais especial. "Nunca é tarde o bastante para viver certas experiências. Hoje vivo a de ser filho e assim ganhei mais vida dentro da minha."
Alexandra se emociona ao relatar ter sentido que aquele rapaz necessitava de orientação, de amor. "Decidi que precisava cuidar dele. Não como amiga ou uma tia. Me veio uma coisa: eu vou cuidar do André como filho."


REGRAS FAMILIARES
E como mãe, tratou logo de ir ocupando espaços. "Disse pra ele que na nossa família havia algumas regras. E que ele teria que estudar e viver muitas coisas que nunca tinha vivido antes. Enfim, ele ia precisar se moldar à nossa vida familiar e nós a ele."
Neste semestre, André se forma no Instituto Europeo de Design, em Milão, um dos mais conceituados da Europa. "Ele é muito talentoso e criativo, responsável'", enumera a mãe orgulhosa. Alexandra também define o mais novo membro da família (por ordem de chegada) como um presente. "Tenho aprendido muito com ele. É uma dádiva. Sempre soube que em algum momento ia adotar uma criança. E ele é uma criança grande."
E brinca com uma vantagem de ganhar um filho adulto. "Ele já veio pronto. Não precisei trocar fralda, ficar noites sem dormir."
A convivência vem fazendo o resto. "Fizemos tudo da maneira mais natural possível. No começo, sabia que tinha que estar mais próxima para ele se sentir acolhido, integrado. Mas o mais importante é que não se compra amor, a gente sente."


ESTRESSE
E foi movida por sentimentos fortes que Alexandra também redirecionou sua carreira. Por 25 anos, ela foi executiva do ramo de medicamentos, mas há dois resolveu se aventurar pela alta moda, após um diagnóstico de psoríase (doença inflamatória e crônica na pele, que se caracteriza por lesões avermelhadas e descamativas).
A causa era o estresse. Naquele momento, ela estava à frente de uma equipe em plano de aumento de vendas de um remédio para doentes terminais. Eis que o sinal vermelho se acendeu. "Os médicos diziam para eu parar de três a quarto meses, pois estava comprometendo as minhas mãos", relata Alexandra.
Inicialmente, ela riu do diagnóstico e do tratamento proposto. "Disse aos médicos que a pausa não ia acontecer, pois estava em um grande momento da minha carreira", relembra. "Como parar tudo para relaxar, fazer ginástica, viajar e sair com os amigos?"
O corpo foi dando sinais de que a carga era excessiva. A jovem executiva, com porte e estampa de modelo, foi forçada a prestar atenção no alerta médico. "Após muita reflexão ao longo de um semestre complicado, decidi parar." Ou quase.
Em seu caso, desacelerar o ritmo era abrir uma nova empresa. "Meu marido achou que eu era maluca", diverte-se. Roberto resume o que é estar casada com uma mulher com tantas facetas. "É uma surpresa a cada dia. Alexandra está sempre fazendo o impossível e aceitando novos desafios."


ADOTANDO UM SÓCIO
Para quem a cercava, era sinal de loucura o anúncio de que aceitara uma proposta de sociedade há tempos em seu horizonte.
Numa viagem a Israel seis anos antes, a executiva descobriu que seu maquiador, Davidson Zanine, 42, era um aspirante a estilista que sonhava em ter uma grife de roupas de festa.
O destino empresarial dos dois atuais sócios se cruzou no Muro das Lamentações, em Jerusalém. O carioca Davidson fazia sua primeira viagem internacional para maquiar e pentear Alexandra e demais mulheres da família de origem judaica que estavam lá para participar de um Bar Mitzvá (festa que marca a passagem para a vida adulta entre os judeus).
"Ele chorava como criança", recorda-se Alexandra, sobre o momento em que viu a emoção de Davidson ao depositar seu desejo por escrito, como é praxe, no ponto turístico. "Eu me comovi com a história dele e passei a incentivá-lo a realizar o sonho."
Era o embrião da grife de luxo que leva o nome do ex-cabeleireiro e maquiador, e que terá sua primeira coleção lançada no segundo semestre. Nos dois primeiros anos de existência da marca, os vestidos da Davidson Zanine já debutaram no tapete vermelho em Hollywood, endossados pela produtora Nancy Spielberg, irmã de Steven, uma das primeiras clientes internacionais da grife.
Por aqui, Sabrina Sato e Sophie Charlote também já usaram longos Davidson Zanine.
A entrada no mundo da moda e a saída do ramo farmacêutico foram acontecendo simultaneamente. As mudanças começaram em setembro de 2012. "Remanejei toda a minha agenda na empresa, cortei minhas viagens em 90%." Hoje, virou consultora da área farmacêutica.
O mergulho no mundo da moda acabou se revelando curativo. Adeus às manchas na pele e ao estresse de sua antiga rotina. "Estou conhecendo pessoas diferentes, lidando com glamour, elegância, sofisticação. Só coisas bonitas", define. "Antes, trabalhava com medicamentos para pessoas que estão mal, algumas terminais, numa luta para trazê-las de volta à vida. Era pesado."


MÚLTIPLOS PAPÉIS
Alexandra parece, no entanto, não sentir o peso da dupla ou, às vezes, tripla jornada de mãe, mulher e empresária. "Gosto de família grande. Sou calorosa, adoro dar carinho, atenção e estar próxima de quem me cerca", encerra a mãezona.
Há duas semanas, em viagem à Europa, ela antecipou a comemoração do Dia das Mães com o sétimo filhote. André a acompanhou a Florença, onde Alexandra participou de um evento sobre o mercado de alto luxo. "No final da viagem, comemorarmos meu aniversário juntos em Milão", relata ela. "Foi um lindo presente." No ano anterior, ela festejou a data pela primeira vez com a família toda reunida: os sete filhos e os dois netos em São Paulo.

A foto foi devidamente postada no Instagram. Na rede social, Alexandra se identifica pela ordem de importância dos papéis que exerce na vida: mãe, esposa, família, amiga e executiva. 











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