CRÔNICA DE NATAL -
Era uma vez uma gatinha que vivia contente em uma casa abandonada, feliz da vida, até que um dia chegaram trabalhadores para reconstruir o imóvel. Esperta, como ela só, procurou refúgio em um prédio vizinho, que parecia um palacete para ela, mas que em pouco tempo se transformou em um edifício mal assombrado, onde a maioria dos moradores lhe dera abrigo durante dias acompanhado de muitas refeições. Entre os agrados, um não fora ideal. Alguém colocou veneno para a indefesa gatinha se alimentar. Foi um pânico geral entre os bons moradores do prédio. Como "Deus escreve certo por linhas tortas", a agonia e o leito da morte do pobre animal resultaram na amizade entre duas moradoras do local, que, até então, apenas se cumprimentavam nas idas e vindas ao edifício. As duas providenciaram socorro à gatinha preta, malhadinha de marrom claro, na clínica veterinária. Além de pagarem o atendimento veterinário, custearam a estadia da bichana na clínica, durante sua recuperação do envenenamento. Os dias se passaram e a gata recuperou a saúde e a vivacidade. Logo encontrou um lar através de doação, mas lá não se adaptou, fugiu e desapareceu... As duas socorristas não se deram por vencidas e empreenderam uma verdadeira caçada à gatinha em lotes vagos, matas e cercanias do município de Neves, local da última moradia da gatinha, a 10 quilômetros do centro de BH, onde originalmente vivia a gatinha. Ofereceram recompensa em dinheiro para quem a encontrasse. Garotas e garotos ficaram interessados e ajudaram, mas não obtiveram sucesso. Ainda cheias de esperança retornaram no dia seguinte para uma nova empreitada à procura da bichana. E não é que conseguiram encontrar a gata em local de morros, matos, gramas, muros e pedras?... - Mas o inusitado ainda não foi contado. Os dias se passaram e o NATAL se aproximava. Com o objeto do desejo são e salvo, o grande gesto das duas, agora amigas inseparáveis, Cynthia e Daniela, ainda estava para se concretizar. Partiram, com ajuda de um amigo de uma delas, vestido de Papai Noel, para a distribuição de presentes e guloseimas às crianças que participaram e ou até, só, ficaram sabendo da procura da gatinha naquela região. - De acordo com as duas, foi gratificante ver a alegria da garotada e a exclamação de um dos garotos: "Quando eu ví Papai Noel eu sabia que eram vocês"! - As imagens acima são testemunhas de como tudo aconteceu. Garotos educados, colaborativos, que aguardavam a vez para receber os presentes e o carinho dos visitantes ilustres. - Não sabemos, mas, tudo leva a crer, que, da quase morte de uma gatinha abandonada, está surgindo um movimento de solidariedade em benefício dos menos favorecidos. Quem causou o mau ao animal, por certo não teria a sensibilidade de enxergar "que há males que vem para o bem". -- Alguém já afirmou -- "O PODER DE UM É FAZER ALGUMA COISA, QUALQUER COISA"! Parabéns às duas realizadoras. Para outros acrescentamos: que não seja uma "coisa do mau".
Nenhum comentário:
Postar um comentário